terça-feira, novembro 22, 2005
Fazedor de Teatro
Bruno Ganz,como Adolf Hitler no filme "A Queda" hoje às 23.30h na RTP 1 não é apenas o filme do mês,como exalta a publicidade.
é a oportunidade de testemunhar o desempenho de um dos maiores actores de teatro/cinema.
Se fossemos dissecar o seu trabalho,não iamos conseguir evitar um post completamente parcial,lamechas ,devotado.
não existe imagem ou palavra que seja suficiente para o génio de Ganz.
Importa é vê-lo .
Heaven knows i´m miserable now
auto-mutilação.
a espera de um telefonema(não importa se chega a tocar ou não,a voz é a mesma,mas perdeu o brilho e esqueceste a razão inicial porque ligaste).
Silêncio.
and if a ten toned truck kills the both of us, to die by your side well the pleasure ,the privilege is mine... there is a light and never goes out
deixaste de ouvir ràdio.
o Amor,essa palavra pirosa,que tentas balbuciar só existe como pretexto para consumir a melancolia de Smiths ,ou a agonia de Nick Cave.
A vida devia ser operàtica como a voz de Neil Hammond,que insiste to die by your side is such a heavenly way to die.
por vezes, se falo de amor é apenas para exaltar os sentidos e encontrar outros.
não saberia como sorrir todos os dias,de felicidade , a teu lado.
consumo palavras ,vãs ,como combustível para amar.
mas as palavras rareiam,e o ar também .
aqui,onde a tua voz oh god,my chance come at last não chega,a realidade é difusa e tripartida.
aumento o volume do ràdio e congratulo-me pela ironia de preferir,por uma vez-oh, heresia das heresias- a voz de Neil Hammond clamando por luz,à voz original de Morrisey, soturno entre os faroís.
E acredito,tratar-se de um pressàgio,onde um dia,outra silhueta substituirà a tua.
Não serà doce e ìntima ,carregada de impossibilidade como a tua ,mas desmesurada, e limpa,e tal como na música a versão lentamente substituirà a memória do original,até este não ser mais do que um eco,de um passado distante.
Take me out tonigh,take me anywere,i don´t care.
*
there is a light and never goes out- the smiths
*2
Heaven Knows I´m Miserable Now ,título de outra canção dos Smiths seria o nome deste blog,se este não tivesse tão intrisecamente ligado ao teatro.A frase Heaven Knows I´m Miserable Now parece-nos resumir a condição humana ,ou pelo menos a nossa.
segunda-feira, novembro 14, 2005
Homenagem
vivemos tempos de descrença,de cepcticismo como arma de trazer-por-casa.
suspeitamos uns dos outros,e interrogamo-nos mais frequentemente do que o habitual.
olhamos em redor e procuramos cúmplices.
sérios,comprometidos,apaixonados até à medula por essa palavra/ matéria em nossas mãos chamada Teatro .
esperamos longamente .
folheamos diariamente os jornais que nos falam de celebrações ,de aniversários de teatro , e regozijamo-nos pelo facto.
mas ,às vezes,muito poucas vezes,ouvimos uma voz no meio da multidão que nos devolve o sentido.
Fernando Mora Ramos é um homem singular,ímpar.
no trabalho,na humildade , no rigor,na seriedade com que se debruça hà mais de 20 anos sobre o Teatro.
é urgente (re)descobri-lo ,como actor /encenador; ir ao Tnsj ver "Ella " de Herbert Achternbusch...ler a entrevista e os textos , e voltar a entender a dimensão humana desta palavra Teatro.
não como profissão,como métier, ou rótulo artístico.
mas como modus vivendis.
Em Cena- Para os mais novos
O espectàculo é uma reposição da companhia Teatro de Ferro.
A companhia ,de Igor Gandra ( ligado ,anteriormente ao Teatro de Marionetas do Porto) trabalha com marionetas e multimédia.
Ainda que nos perguntemos ,por vezes se esta lógica não sacrifica o trabalho do intérprete/actor que fica enformado ,preso numa rigidez não suficientemente justificada enquanto ideía, realçamos o caràcter lúdico e atractivo da companhia,em particular no terreno do trabalho destinado ao público infantil.
quinta-feira, novembro 10, 2005
Et si tu ne existe pas, et moi pourquoi je existerais?
Este é um filme que me deixa muda,assombrada.
Disponível para Amar de Wong-Kai War é um hino ao Amor( assim mesmo ,com maíusculas) e a sua impossibilidade.
Como se só as pequenas verdades da vida importassem.
Como se tudo que precisássemos fosse de um abandono.
Não de nos encontrar-mos mas sim levarmo-nos ,embriagados por outro,pelo Outro.
Vejo as imagens deste filme incontàveis vezes,na mente.. a beleza da fotografia,as escadas, a conversa do jantar.
O amar irremediavelmente(porque é que desaprendemos a amar assim,condenados ao fracasso mas exultantes de paixão?)
e nat king cole em pano de fundo...
domingo, novembro 06, 2005
Notícias boas em jeito de rodapé
Peter Brook,um dos magos da cena teatral,esteve recentemente por cà ,em Lagos com duas peças inseridas na programação de Faro Capital da Cultura.
Luís Miguel Cintra encontra-se a encenar " Comédia sem Título " de Lorca no Teatro da Abadia em Madrid; o mesmo que recentemente esteve no Porto,com uma retrospectiva comemorativa dos seus 10 anos.
Esta semana,estreia "Tio Vânia " de Tchekov,co-produção Assédio,Ensemble e Tnsj.
Fernando Mora Ramos em palco com "Ella" .
Os Visões Utéis trazem ao porto Um Inimigo do Povo ,uma adaptação do texto de Ibsen.
No CCB hà teatro do Irão para ver "Dance on Glasses".
O teatro resiste e insiste.
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