quarta-feira, outubro 26, 2005

Cataclismos interiores ou as razões pelas quais este post devia ser editado

O mundo,esse lugar vasto e brilhante nos olhos das crianças,diminuí de tamanho à medida que crescemos. Para o localizarmos e nos encontrar-mos traçamos um mundo à nossa medida: país,nacionalidade, rua, amigos,profissão,café do dia-a-dia,romance da estação . por vezes,basta uma pequena alteração para que tudo isto se desmorone,ou pelo menos sofra um abalo. o desemprego ( essa palavra esboçada pelos telejornais como acontecimento corriqueiro,casual , e lógico devido à produtividade,economia,e outros jargões semelhantes) é no meu entender,o maior dos dramas pessoais. talvez porque sendo pessoal,ataca o amâgo de cada um: o seu valor,a sua dignidade como ser humano é imediatamente questionado numa sociedade de consumo. como se fosse um palavrão,evitamos falar dele perante os outros. mas consome-nos de tal forma as forças e as energias ( em direções por vezes paradoxais: a energia da procura,e a imobilidade da tristeza) que durante dias a fio não consegui escrever uma palavra. como intoxicada por um vírus que minava a alma. faço agora um esforço para voltar a acreditar. a vida segue dentro de momentos.

1 comentário:

Flávio disse...

Join the club, Renata! O pior de tudo são os telefonemas diários da minha mãe a perguntar se já arranjei trabalho. Ainda não, mamã, ainda não...

Beijinhos!